COMO O CRISTIANISMO SURGIU NAS ILHAS BRITÂNICAS?
O Senhor Jesus, reunido com seus discípulos, orientou-lhes dizendo: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15). Assim, a mensagem do Evangelho foi anunciada a todo o mundo. Os apóstolos foram sendo enviados e muito convertidos anunciavam a mensagem de Cristo. Fugitivos, comerciantes, andarilhos, soldados capturados como escravos, prisioneiros e até mesmo missionários foram os responsáveis por levar a "boa-nova" às ilhas britânicas, tendo indícios de que já no final do primeiro século o Cristianismo se estabelecera por lá. Há uma tradição que diz que o grande responsável por levar a palavra de Jesus para a região da bretanha foi a personagem bíblica José de Arimateia, porém, a versão considerada mais verdadeira é que essas caravanas de pessoas convertidas foram realmente os protagonistas deste trabalho.
A Igreja se estabeleceu entre os povos Celtas e sabe-se que em 314 d.C, no Concílio de Arles, três bispos desta região estavam presentes. São Gregório Magno, bispo de Roma, mandou reforços para evangelizar o sudeste da Grã-Bretanha, esta região, onde habitavam os anglo-saxões, era conhecida como Kent. Porém, antes mesmo desta data, mais ou menos 200 d.C., as declarações de Tertuliano afirmam que já existia na Grã-Bretanha um numero considerável de comunidades Cristãs estabelecidas.
Santo Agostinho, foi designado para essa missão, e por estabelecer em Cantuária, as primeiras comunidades ligadas à Roma, ficou conhecido como Santo Agostinho de Cantuária.
Após um período de conversões e adaptações, até que a Igreja Celta pudesse submeter-se ao governo pela a igreja de Roma, isso ocorreu por volta de 664. A Igreja Celta aderiu parcialmente aos ritos estabelecidos pela Igreja de Roma, permanecendo, porém, seus costumes, culturas e tradições celtas e britânicas.
Para a Igreja Celta, submeter-se à Igreja de Roma era uma afronta ao evangelho, uma vez que Cristo nos fez livres do julgo das tradições e da subserviência das leis humanas, porém, ligados ao Espírito de fé, esperança e amor. Por isso, nunca aceitaram o poder que Roma passou a exercer sobre eles.
SE O CRISTIANISMO JÁ EXISTIA, ONDE ENTRA O REI HENRIQUE VIII NESSA HISTÓRIA?
Nesse cenário marcado por uma Igreja nascida de maneia autocéfala, ligada diretamente à Cristo, edificada por pessoas convertidas à Fé do Evangelho, e frustradas por agora serem obrigadas a seguir os Cânones da Igreja Romana, eis que o Rei Henrique VIII, por decisão parlamentar, rompeu ligações entre a Igreja Inglesa e Igreja Romana. Todos conhecemos o conteúdo dos nossos livros de história que menciona o conflito do Rei Henrique VIII com o Papa Clemente VII a respeito de sua intenção de divorciar-se de Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena. A princípio, o papa até aceitou dar a autorização para o divórcio, porém, mediante o seguinte preceito: “contanto que pudesse encontrar um meio de assim fazer sem ofender o imperador Carlos V, que era sobrinho da rainha
Catarina e a quem temia com medo mortal”. (Neill, Stephen, El Anglicanismo, p.33). A partir daí, estabelece-se de maneira oficial, a Igreja Nacional da Inglaterra.
UMA IGREJA CATÓLICA E REFORMADA
Após muitos conflitos dentro da própria Igreja Nacional da Inglaterra, justamente por receber uma forte influência do movimento protestante de Lutero e Calvino, houve muito derramamento de sangue até que em 1558, sobe ao trono Elizabete, que em menos de um ano aprova no parlamento dois atos que caracterizaram daí para frente a Igreja: o Ato de Supremacia e o Ato de Uniformidade. Com o primeiro, a rainha se declarava “suprema regente” da Igreja e do Estado, abolindo assim a jurisdição de qualquer estrangeiro – seja príncipe, prelado ou potentado - sobre a Igreja; e com o segundo, impunha como “único livro oficial” de culto o Livro de Oração Comum (1559), com algumas modificações: sancionava as antigas vestes litúrgicas e limitava a ostensiva influência calvinista nos ritos.
Assim, a Igreja Nacional da Inglaterra passa a se chamar Igreja Anglicana, permanecendo na Tradição Católica com elementos do protestantismo inseridos em sua visão Teológica, passou a adotar uma postura denominada "Via média", ou seja, não há a intenção de ceder à supremacia da Igreja de Roma, e também não há a intenção de ceder às pressões reformadas.
A DOUTRINA ANGLICANA
A Igreja Anglicana, por pertencer à tradição Católica e ser também reformada, adota como princípios de fé e doutrina o que segue:
1 - O QUADRILÁTERO DE LAMBETH - clique para saber mais
São os quatro pilares da fé Anglicana, representados pela Rosa dos Ventos, desenhada pelo cônego Edward West da Catedral de São João Teólogo em Nova York em 1954.
2 - O LOC - LIVRO DE ORAÇÃO COMUM - clique para acessar o LOC
É o manual litúrgico que serve de orientação às celebrações para os fiéis, ministros leigos e ministros ordenados, a fim de que os Anglicanos no mundo inteiro possam adorar a Deus e sentir-se parte de uma grande famíla.
3 - O CREDO APOSTÓLICO, NICENO E ATANASIANO - clique para acessar as profissões de fé
Credo é uma profissão de Fé que significa: Eu Creio. O Credo Apostólico, denominado também como o Símbolo dos Apóstolos é aceito e utilizado pelas Igrejas Anglicanas, Igrejas Católicas, Igrejas Ortodoxas Orientais, Igrejas Luteranas, Igrejas Presbiterianas e Igrejas Congregacionalistas. Foi originado nos primórdios do cristianismo, por isso, não abrange alguns assuntos cristológicos definidos no Credo Niceno, este, surgiu no concílio de Nicéia, em 325 d.C, denominado também de Símbolo Niceno ou Profissão de fé dos 318 Padres, pois havia 318 bispos que participaram do primeiro concílio de Nicéia. O Credo Atanasiano, é atribuído a São Atanásio, bispo de Alexandria, sua data é incerta, mas acredita-se que tenha sido criado no século IV para combater o Arianismo.
4 - OS TRINTA E NOVE ARTIGOS DA RELIGIÃO - clique para ver os 39 artigos
Em 1562, em Londres, houve um Concílio para evitar divergências de opiniões e estabelecer um consenso sobre a doutrina Anglicana, e daí surgiram os Trinta e Nove Artigos da Religião, ou XXXIX Artigos.
4 - OS TRINTA E NOVE ARTIGOS DA RELIGIÃO - clique para ver os 39 artigos
Em 1562, em Londres, houve um Concílio para evitar divergências de opiniões e estabelecer um consenso sobre a doutrina Anglicana, e daí surgiram os Trinta e Nove Artigos da Religião, ou XXXIX Artigos.
SÍMBOLO DE UNIÃO
A Comunhão Anglicana, é um ponto de unicidade entre vários Anglicanos espalhados em 165 países e todos ligados à Sé de Cantuária, o maior representante dentro da Igreja Anglicana é o Arcebispo de Cantuária, atualmente, o Primaz Justin Welby.